Uma das principais preocupações dos investidores é proteger o dinheiro dos efeitos da inflação. Para isso, eles precisam sempre pensar como salvaguardar os investimentos de eventuais perdas devido à desvalorização da moeda.

Neste artigo, falaremos sobre o que é a inflação, suas possíveis consequências, quais são os mecanismos do governo para controlá-la e o que os investidores podem fazer para se protegerem.

O que é a inflação?

A inflação é o aumento do preço dos bens e serviços e implica na diminuição do poder de compra da moeda. Embora seja um fenômeno que faz parte dos movimentos naturais da economia, quando descontrolada, ela pode causar vários problemas para um país, podendo resultar na diminuição da qualidade de vida da população.

A inflação é uma conhecida de longa data dos brasileiros, especialmente para quem viveu nos anos 1980. Naquele tempo, que ficou marcado com a “década perdida”, o poder de compra das pessoas caía diariamente devido à inflação, que chegou a atingir 242% ao final de 1985. O alívio só viria anos depois, a partir do Plano Real, de 1994. Desde então, o governo vem utilizando mecanismos de controle macroeconômico para manter a inflação dentro da meta.

Quais as consequências da inflação fora de controle?

A inflação é um fator que gera incertezas na economia, pois desestimula os investimentos, o que prejudica o crescimento econômico. Ela tem o poder de distorcer os preços dos bens e serviços em todos os pontos da cadeia produtiva e de comércio, atravancando o desenvolvimento. Com a quebra dos parâmetros para saber se algo está custando o que realmente vale, as pessoas e as empresas perdem a noção dos preços relativos, causando descontrole nas finanças.

As camadas mais desfavorecidas da população são as que mais sofrem os impactos da inflação alta, pois passam a pagar mais caro por bens e serviços – como cesta básica e transporte público –, ao mesmo tempo que enfrentam a corrosão do seu poder de compra. Além disso, a inflação nas alturas provoca o aumento do custo da dívida pública, pois o governo precisa compensar mais os detentores dos títulos públicos (dívida pública) por causa do aumento do risco de calote.

Por outro lado, a deflação – situação em que a inflação se torna negativa – também é algo indesejado pelas economias dos países. Em essência, a inflação é um dos resultados do crescimento econômico, pois ela tem entre suas causas pressões de aumento da demanda (consumo) por bens e serviços. Em economias estagnadas e com deflação, ocorre a diminuição dos preços, que pode ser algo visto como bom pelo consumidor, porém, é perigoso para as empresas, pois um estoque feito há um mês por um preço “X”, pode ter que ser vendido por um preço inferior “Y”, causando prejuízos e diminuindo as possibilidades de crescimento.

Como o governo controla a inflação?

Para controlar a inflação o governo normalmente dispõe de ações de Política Monetária. Com essas intervenções, ele consegue implementar políticas ora restritivas ao crédito, ora expansivas ao crédito, dependendo de outros fatores macroeconômicos. Quando o governo lança as medidas restritivas, o objetivo é diminuir a inflação ao limitar a quantidade de dinheiro na economia, freando o consumo. Porém, as medidas expansivas jogam mais dinheiro na economia, aumentando a quantidade de dinheiro disponível, o que incentiva as pessoas a gastarem, inflacionando os preços.

A estratégia do governo mais conhecida é a taxa básica de juros da economia, a taxa Selic. O Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, decide, periodicamente, qual será o valor da Selic de acordo com o plano econômico do governo e os movimentos do mercado.

Se o governo decide aumentar a Selic, isso faz com que os bancos também aumentem os juros dos empréstimos, que ficam mais caros ao tomador. Assim, se faz uma política restritiva ao crédito, desincentivando as pessoas a gastarem, o que diminui a inflação.

Mas se o governo opta por diminuir a Selic, o crédito fica mais barato, incentivando os bancos a emprestarem a juros mais baixos. Como consequência, as pessoas se sentem mais confiantes a tomarem empréstimos para gastar, aumentando o dinheiro disponível na economia, aumentando os preços e pressionando a inflação para cima.

Outras medidas de política monetária que o governo pode empregar são:

Depósito Compulsório: é o percentual de depósito obrigatório que as instituições financeiras precisam fazer junto ao Banco Central. Esse dinheiro fica retido e não pode ser emprestado, o que aumenta o controle do Bacen sobre a quantidade de dinheiro injetada na economia.

Operações de Redesconto: é a taxa de juros cobrada pelo Bacen pelos empréstimos concedidos às instituições financeiras. Se essa taxa aumenta, os bancos são obrigados a emprestarem dinheiro a taxas mais altas.

Open Market: é a compra e a venda de títulos públicos federais pelo próprio governo, executadas pelo Banco Central. Quando o governo emite mais títulos, prometendo maior rentabilidade, ele estimula os investidores a comprar e, assim, retira dinheiro da economia. Mas quando o governo passa a comprar de volta ele próprio os títulos que emitiu, ele devolve o dinheiro para a economia, incentivando as pessoas a gastarem. Essa é uma medida com resultados rápidos.

Quais investimentos protegem da inflação?

Algumas aplicações oferecem proteção contra a inflação, pois são atreladas à indicadores usados para medi-la. Esse é o caso dos investimentos que utilizam o IPCA – índice de Preços ao Consumidor Amplo – como indexador para a rentabilidade.

Cada produto financeiro atrelado à inflação possui especificidades, portanto, é necessário levá-las em conta e verificar se elas se encaixam nos seus objetivos. Se a sua meta for, por exemplo, preservar o poder de compra para realizar uma viagem, é indicado observar o tempo até que a data de partida, e escolher um investimento dentro desse prazo. Entre os tipos de investimento que oferecem opções atreladas ao IPCA estão:

LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), RDC (Recibo de Depósito Cooperativo) e Fundos de Investimento em renda fixa.  

Aqui no Blog temos outros textos que explicam sobre cada um desses investimentos, confira nos links acima.

Outra possibilidade de proteger o seu dinheiro da inflação é calculando a rentabilidade real dos investimentos, que é a comparação entre a rentabilidade alcançada durante a aplicação e a inflação do mesmo período.

Para proteger o seu dinheiro da inflação o Sicredi oferece opções variadas que se encaixam exatamente nos seus objetivos. Confira a nossa sessão de investimentos.

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