Artigo: Como as instituições financeiras cooperativas beneficiam a economia?
*Marco Túlio Duarte Soares
É possível que muitos já tenham ouvido falar dos benefícios das instituições financeiras cooperativas. Mas precisamos esclarecer que esse modelo de negócios traz desenvolvimento também para a economia brasileira de modo geral. Aliás, essa é uma das missões do setor, contribuir para a sustentabilidade, educação financeira e melhoria da comunidade a qual a população está inserida.
Para evidenciar isso, o Sistema Sicredi, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), realizou uma pesquisa inédita sobre os “Benefícios Econômicos do Cooperativismo de Crédito na Economia Brasileira”. O levantamento analisou dados de todas as cidades brasileiras entre 1994 e 2017 e cruzou informações com o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE).
O resultado dessa pesquisa apontou que o cooperativismo incrementou em 5,6% o Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos municípios. Além disso, houve aumento do número de estabelecimentos comerciais em 15,7%, o que criou 6,2% a mais vagas de emprego formal. Mas aí você pode perguntar o que todos estes números significam? A resposta é que isto demonstra o quanto o empreendedorismo local é estimulado dessa forma.
E isso é feito a partir do momento que o setor dá apoio a boas ideias, novos negócios, e permite através do estímulo econômico, que surjam grandes empresários, que garantam a sustentabilidade do seu negócio, ou que muitas pessoas consigam uma forma de garantir renda extra para sustentar sua família. Ou seja, construindo uma sociedade cada vez mais próspera.
O cooperativismo vai muito além de números, são pessoas envolvidas em toda a sua cadeia de desenvolvimento. Ao analisar o desempenho econômico de 1,4 mil municípios que passaram a contar com uma ou mais cooperativas durante o período de pesquisa, os números mostram um impacto agregado nestas cidades de mais de R$ 48 bilhões no período de apenas um ano.
As cooperativas de crédito foram responsáveis pela criação de 79 mil novas empresas e pela geração de 278 mil empregos. Um dos motivos para que esse modelo incentive o desenvolvimento econômico é a possibilidade de oferecer crédito com taxas de juros mais baixas, que sejam adequadas à realidade dos seus associados, e também distribuição de resultados proporcional a utilização de produtos e serviços. Além disso, ela permite que públicos menos assistidos pelo sistema financeiro tradicional sejam contemplados, promovendo a inclusão desses grupos.
Para se ter uma ideia, em 2019, a diferença de taxa de juros para microempresas foi de 20 pontos percentuais se comparada aos bancos tradicionais. Como conclusão deste estudo, foi possível perceber que a inclusão financeira de famílias, pequenos produtores e empresas fomenta o empreendedorismo local, aumenta a competitividade e a eficiência no sistema financeiro nacional.
Mais do que investir nas comunidades, as cooperativas acreditam no potencial que pode ser desenvolvido a partir da valorização e do incentivo ao crescimento dessas regiões. E é por isso que eu convido a todos a ser um associado para que possam se beneficiar das vantagens e contribuir para uma sociedade melhor e com mais prosperidade. Um movimento que não pode parar!
* Marco Túlio Duarte Soares é presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Sicredi Integração MT/PA/AP