Este projeto nasceu com o objetivo de reconhecer e valorizar a biodiversidade presente aqui, identificando e catalogando todas as espécies arbóreas, tanto nativas quanto exóticas. Cada árvore tem uma história para contar, e agora, por meio das plaquinhas com QR codes, é possível conhecer mais sobre elas: nome comum, nome científico, origem e suas principais características.
Explorar este bosque interativo é um convite para que colaboradores, visitantes e a comunidade a se conectarem com o meio ambiente de forma ativa e consciente. Ao explorar cada árvore identificada, você descobre não apenas as espécies que compõem este ecossistema, mas também amplia sua compreensão sobre o planeta e sobre o impacto positivo que podemos gerar juntos por meio do conhecimento e da preservação.
O Bosque e o Clima: Um Aliado Contra as Mudanças Climáticas
As árvores do nosso bosque desempenham um papel essencial na captura de dióxido de carbono (CO₂), um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global. Através da fotossíntese, elas transformam esse gás em biomassa, ajudando a equilibrar o clima do planeta.
Nosso fragmento florestal armazena aproximadamente 530 toneladas de CO² equivalente! Isso representa uma contribuição significativa para a mitigação das mudanças climáticas.
Importância Ambiental do Estoque de Carbono
O fragmento florestal atua como um importante sumidouro de carbono, contribuindo diretamente para a mitigação das mudanças climáticas. A captura de CO² pelas árvores durante a fotossíntese reduz a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, promovendo o equilíbrio do ciclo do carbono e a regulação climática.
Além disso, os estoques de carbono proporcionam diversos benefícios ambientais:
Com um estoque de 530,2 toneladas de CO² equivalente, o fragmento florestal representa um ativo ambiental estratégico. Sua conservação e manejo sustentável são fundamentais para o equilíbrio ecológico, o enfrentamento das mudanças climáticas e o desenvolvimento de projetos de reflorestamento, recuperação de áreas degradadas e inserção em mercados de carbono.
Este bosque interativo convida colaboradores, visitantes e a comunidade a se conectarem com o meio ambiente de forma ativa e consciente. Ao explorar cada árvore identificada, você descobre não apenas as espécies que compõem este ecossistema, mas também amplia sua compreensão sobre o planeta e sobre o impacto positivo que podemos gerar juntos por meio do conhecimento e da preservação.
O estudo foi realizado na sede administrativa da Sicredi Vale do Piquiri, situada na Avenida Presidente Kennedy, nº 2384, em Palotina (PR). Localizado na região Oeste do Paraná, próximo à fronteira com o Paraguai, o município está a cerca de 600 km de Curitiba e a 110 km de Cascavel, um dos principais centros urbanos da região. Reconhecida por sua forte vocação agrícola, Palotina se destaca na produção de grãos e na agroindústria. A cidade também abriga um campus da Universidade Federal do Paraná (UFPR), contribuindo significativamente para o desenvolvimento educacional e tecnológico local.
Palotina tem clima subtropical úmido, com verões quentes. As temperaturas médias variam de 24,4°C em janeiro (mês mais quente) a 15,7°C em junho (mais frio). A chuva é bem distribuída ao longo do ano, com média anual de 1.792 mm. Outubro costuma ser o mês mais chuvoso (207 mm) e agosto o mais seco (92 mm).
O município está localizado no Terceiro Planalto Paranaense, caracterizado por rochas ígneas, principalmente basaltos, que deram origem às férteis "terras roxas". Os solos predominantes são latossolos e nitossolos, profundos, bem drenados e pouco suscetíveis à erosão. O relevo é levemente ondulado, com áreas mais planas ao norte, centro e leste, e mais acidentadas a oeste e sudoeste. A altitude média é de 547 metros.
Palotina integra a bacia hidrográfica do rio Piquiri, que cobre uma área de 24.156 km², localizada inteiramente no estado do Paraná. A bacia está situada entre as latitudes 23°38’ e 25°19’ sul e longitudes 51°37’ e 54°07’ oeste. O rio Piquiri nasce na Serra do São João, entre os municípios de Turvo e Guarapuava (PR), a cerca de 1.040 metros de altitude. Com aproximadamente 660 km de extensão, percorre o estado do Paraná até desaguar no rio Paraná, na divisa entre Altônia e Terra Roxa, a cerca de 220 metros de altitude. Seu trajeto segue predominantemente na direção leste-oeste até Laranjal, onde muda para sudeste-noroeste. Ao longo do percurso, recebe diversos afluentes: pela margem esquerda, destacam-se os rios do Cobre, Bandeira, Cascudo, Feio, São Francisco, Tourinho, Melissa, Jesuítas, Verde, Encanto e Azul; pela margem direita, os rios Cantu, Sapucaí, Goio-Bang, Goio-Êre, Jangada e Xambré.
A vegetação nativa da região é composta pela Floresta Estacional Semidecidual (FES), típica de áreas com clima marcado por duas estações bem definidas: uma quente e chuvosa, e outra fria e seca. Essa variação climática faz com que parte das árvores perca entre 20% e 50% de suas folhas ao longo do ano. Com estrutura em camadas, a FES possui um dossel elevado, com árvores que podem atingir até 40 metros de altura. Entre as espécies mais representativas estão a peroba (Aspidosperma polyneuron), o cedro (Cedrela fissilis), o pessegueiro-bravo (Prunus myrtifolia), a canjarana (Cabralea canjerana), a paineira (Ceiba speciosa), o jequitibá (Cariniana estrellensis), além de diversas espécies da família Myrtaceae e outras nativas da Mata Atlântica.
METODOLOGIA
Para o inventário botânico realizado no bosque da sede administrativa da Sicredi Vale do Piquiri, foi adotado o método de Censo Total (Inventário 100%). Todas as árvores da área de estudo foram medidas e identificadas individualmente.
Foram incluídos no levantamento os exemplares com Diâmetro à Altura do Peito (DAP) igual ou superior a 5 cm. Além do DAP, foram registrados dados como altura total, localização geográfica e identificação botânica de cada espécie arbórea presente.
Coleta de Dados
A coleta de dados no bosque da sede da Sicredi Vale do Piquiri seguiu critérios técnicos para garantir precisão e confiabilidade:
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O inventário realizado na área de estudo registrou 134 árvores, das quais 108 são de espécies nativas e 9 de espécies exóticas. Ao todo, foram identificadas 25 espécies nativas e 4 exóticas, distribuídas em 19 famílias botânicas distintas.
A diversidade registrada reflete a riqueza florística do local e serve como base para ações de conservação, educação ambiental e desenvolvimento do bosque interativo.
Abaixo, está disponível uma lista completa de todas as espécies identificadas. Cada link levará você a uma página detalhada sobre a árvore selecionada, onde você poderá aprender mais sobre suas características, importância ecológica e curiosidades.
Estoque de Carbono
A análise do fragmento florestal da sede da Sicredi Vale do Piquiri estimou um volume total de 165,09 m³ de material lenhoso aéreo. Com base nesse dado e utilizando metodologias específicas para florestas estacionais semideciduais, foi calculado um estoque total de 144,46 toneladas de carbono, o que equivale a 530,20 toneladas de CO₂ armazenadas.
Esse carbono está distribuído entre a biomassa aérea (231,13 t) e a subterrânea (57,78 t), reforçando o papel do fragmento como um importante reservatório natural de carbono.
Importância Ambiental
O estoque de carbono contribui diretamente para a mitigação das mudanças climáticas, ao capturar CO₂ da atmosfera e armazená-lo na biomassa. Além disso, o fragmento florestal oferece diversos benefícios ecológicos:
Os resultados reforçam a relevância do fragmento como ativo ambiental estratégico, com potencial para projetos de reflorestamento, recuperação de áreas degradadas e inserção em mercados de carbono. Sua preservação é essencial para o equilíbrio climático e o desenvolvimento sustentável.
Responsável Técnico
O mapeamento e a catalogação das espécies arbóreas deste bosque foram realizados por Eduardo Schmatz, Eng. Florestal (CREA: RS-229807), com base em metodologias de inventário florestal e identificação botânica.