Fernando Dall’Agnese*

Ao declarar 2025 como o “Ano Internacional das Cooperativas”, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece a contribuição positiva dessas instituições para o enfrentamento dos desafios globais. Tendo como mote "Cooperativas Constroem um Mundo Melhor", esse endosso também ressalta o papel dessas organizações no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), principalmente para erradicação da pobreza, redução das desigualdades e combate às mudanças climáticas. Importante lembrar que essa celebração não é inédita, em 2012 a ONU já havia feito essa homenagem ao Cooperativismo - a qual é reforçada este ano com a crescente relevância das Cooperativas junto à sociedade.

O Cooperativismo é um movimento mundial de longa data. Nasceu em 1844, na cidade de Rochdale, Condado de Manchester, Inglaterra, quando um grupo de 28 operários, em sua maioria tecelões, fundou a primeira Cooperativa no auge da Revolução Industrial. Quase 200 anos depois, segue como um modelo de organização econômica e social baseado na colaboração, em que pessoas com interesses em comum se unem para trabalhar juntas e alcançar objetivos coletivos.

As Cooperativas, por sua vez, são a forma prática de colocar o Cooperativismo em ação. E quando olhamos mais diretamente às Cooperativas de Crédito, encontramos um modelo de negócio mais justo, igualitário e com um propósito genuíno: levar prosperidade às Comunidades onde atuam.  Constituídas de forma organizada, com base em equidade, solidariedade e transparência, as Cooperativas buscam o desenvolvimento econômico e social dos Associados e contribuem para a melhoria das condições de vida das Comunidades onde estão inseridas, com a geração de renda e emprego.

O último estudo da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) encomendado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), de 2024, materializa esse propósito ao mostrar que em municípios acompanhados antes e depois da instalação de Cooperativas de Crédito, há incremento no PIB per capita em 10%, 15,1% mais vagas de emprego e aumento do número de estabelecimentos comerciais em 15,6%.

Nesse modelo de Cooperativismo, os próprios Associados da Cooperativa se ajudam mutuamente, oferecendo serviços financeiros a condições mais acessíveis e com taxas mais justas. O objetivo está em atender às necessidades dos Associados e promover o bem-estar financeiro da Comunidade. Todos são sócios que participam das decisões do rumo do negócio, o que proporciona a sensação de pertencimento a um sistema mais justo e democrático.

Dessa forma, a frase do padre Theodor Amstad, Fundador do Sicredi há 122 anos, no município de Nova Petrópolis (RS), permanece como uma fonte de inspiração do Cooperativismo: “Não trabalhar apenas para mim mesmo, senão pelos outros ou para o bem comum”. É essa a essência que o movimento das Cooperativas busca levar adiante, no propósito de construir uma sociedade mais próspera e justa, colocando em prática as boas intenções do discurso da nossa origem para contribuir com o desenvolvimento das regiões e fazer com que cada Associado se sinta dono, importante e representado em suas Cooperativas.

*Presidente do Conselho de Administração da SicrediPar

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