O evento Café com Produtores reuniu cerca de 50 pessoas na manhã de terça-feira (12), no restaurante Seival, em Capivari do Sul, com o objetivo de ampliar conhecimento a respeito dos valores dos insumos necessários à expansão e manutenção da produção rural. O engenheiro agrônomo e analista econômico do Sicredi, Filipe Kalikoski Coelho, palestrou aos convidados sobre a dinâmica de preços de insumos no mercado agro. Coelho monitora o mercado para atendimento às agências Sicredi de todo o Brasil. O Café com Produtores foi realizado pela cooperativa Caminho das Águas com apoio da Unifértil. 
 
Segundo o analista, o cenário atual é muito diferente se comparado à última safra, quando houve picos nos preços dos fertilizantes -  chegaram a custar mais de R$ 7 mil a tonelada. Agora, houve queda de pelo menos 50% nesse preço, de acordo com o índice de preços do Banco Mundial. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o glifosato, que chegou a custar R$ 80 ao litro, está em média R$ 25.
 
“Os preços estão mais favoráveis ao produtor. O custo de produção está de 20% a 25% mais baixo nesta safra. O preço dos grãos e do milho subiu, mas dos químicos e fertilizantes caiu muito mais. Então, há uma boa margem em termos de rentabilidade e lucro operacional para a safra 2023/2024”, aponta.
 
Em relação às recentes altas nos valores do petróleo e gás natural,  que influenciam na fabricação de fertilizantes, Coelho considera movimentos de curto prazo, assim como eventos naturais imprevistos pelo mundo. “Não representa uma tendência de longo prazo estrutural sobre os preços”, afirma.
 
Gestão de risco na compra do insumo
A compra eficaz feita pelo produtor rural na sua propriedade começa por não concentrar tudo em apenas um dia, conforme Coelho. “Há momentos de pico nos preços por acontecimentos atípicos. Por isso, o planejamento deve ser baseado em fazer as contas com as margens acompanhando as variações de preços. A hora certa para comprar não existe, existem os momentos certos durante todo o ano. O produtor que acompanha o ciclo do mercado, trava o custo gradualmente e vai diversificando ao longo do tempo, nunca vai tomar uma grande pancada de comprar um adubo muito caro e vender um grão muito barato.”, analisa.
 
Linhas de crédito para o produtor rural
A cooperativa Sicredi é a principal instituição financeira para a agricultura familiar no Rio Grande do Sul. De acordo com o assessor de negócios do segmento de agronegócio da Sicredi Caminho das Águas, Luiz Fernando Kloppenburg, há linhas de crédito que suprem todas as necessidades do produtor, desde o custeio da lavoura até investimentos aos que precisam modernizar a propriedade. 
 
As linhas partem de taxas de 4% a 8% ao ano ao agricultor familiar ou de 8.5% a 12% aos médios e grandes produtores. “É fundamental aproximarmos esse conhecimento de nossos produtores para que tomem melhores decisões de compra e venda da sua produção. Existe o melhor momento para fazer a venda do grão, por exemplo, e isso precisa ser de conhecimento de todos nossos associados”, afirma Kloppenburg.
 

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