Todos os dias, vemos no noticiário os principais indicadores econômicos do país. Eles servem para termos um parâmetro de como está a situação econômica atual. Indo mais além, esses dados também podem fornecer informações importantes para ajudar na escolha dos investimentos.

Isso porque, cada índice possui um efeito diferente que impacta a economia e o desempenho dos investimentos. Neste artigo, selecionamos alguns indicadores econômicos para você prestar a atenção da próxima vez que olhar as notícias. Confira a seguir:

Produto Interno Bruto (PIB)

O Produto Interno Bruto, mais conhecido como PIB, é o principal indicador da atividade econômica de um país. Ele representa a soma de todos os bens e serviços produzidos pelos trabalhadores dentro das fronteiras, independente da nacionalidade de quem produziu. Existem dois tipos: o PIB total, que é o valor bruto do ano analisado; e o PIB real, que pega o valor bruto e desconta a inflação e a variação da taxa de câmbio – pois geralmente o PIB é representado em dólares americanos.

O PIB é um termômetro da economia, pois vários outros movimentos dependem dele. Se o PIB de um país é alto, isso significa que a atividade econômica está aquecida, logo, o salário-mínimo poderá ser maior, o consumo terá para onde crescer e será possível investir em mais oportunidades de negócio.

Taxa de Desemprego

A Taxa de Desemprego mede a quantidade de pessoas economicamente ativas que estão sem ocupação formal no momento. Esse é um indicador que deve ser acompanhado de perto pelos investidores, pois eventuais quedas nessa taxa podem significar que, com mais pessoas empregadas e gerando renda, o poder de compra da população em geral pode melhorar. Isso pode resultar em um aumento do consumo e maiores lucros para as empresas, principalmente no varejo e na construção civil, e outras áreas relacionadas.

Qualquer melhoria no acesso ao emprego pode ter o efeito de aumentar a probabilidade de valorização de ações de empresas – como, por exemplo, os setores de vestuário e varejo – que dependem do aumento do poder de compra da população.

Câmbio

As taxas de câmbio no Brasil são controladas pelo Banco Central (Bacen) órgão do Conselho Monetário Nacional (CMN). O conjunto de ações usadas pelo governo para definir o câmbio é chamado de “política cambial”, que estipula as relações financeiras entre o Brasil e os outros países, as regras de movimentação internacional de capitais e moeda, e a gestão das reservas financeiras internacionais.

O valor de uma moeda pode sofrer valorização ou desvalorização, sendo que a primeira aumenta o preço de uma moeda em relação às outras (apreciação), e a segunda a diminui (depreciação). Desde 1994, com a criação do Plano Real, a política cambial brasileira adotou o Câmbio Flutuante, ou seja, o valor da moeda é definido pelo mercado. Contudo, o Bacen pode intervir quando achar necessário para apreciar ou depreciar a moeda.

A política cambial faz parte do chamado “tripé macroeconômico”, que reúne também a política fiscal e a política monetária, que são os três principais instrumentos que o governo usa para controlar a economia.

Entre os efeitos do câmbio na economia, de maneira geral, quando o dólar está alto, há o aumento do custo das importações, incluindo produtos e matérias-primas importadas. Esse custo é repassado em toda a cadeia produtiva, gerando um aumento de preços. Os produtores nacionais se sentem mais incentivados a exportar produtos produzidos aqui receber o pagamento em dólar no mercado internacional, o que também acaba por aumentar a inflação no consumo.

Dívida Pública / PIB

A relação entre o volume da Dívida Pública – ou Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que representa o total da dívida interna e externa do país – e o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todas as riquezas produzidas no país – é um indicador importante para os investidores. Atualmente, a Dívida Pública brasileira gira em torno dos 80% do PIB. Isso significa que o Brasil deve 80% de tudo o que “ganha”, ou seja, de toda a riqueza produzida dentro de suas fronteiras.

Essa é uma informação preocupante, pois ela indica que as perspectivas econômicas não estão tão positivas para os próximos anos. Imagine que, ao invés do Brasil, quem deve 80% do que ganha é um parente seu. Você emprestaria dinheiro para ele sabendo que falta muito pouco para que ele passe a dever 100% ou mais do que ganha? Provavelmente não. É a mesma coisa com os países. A relação entre a Dívida Pública e o PIB indica a capacidade das nações em pagarem os seus compromissos financeiros já realizados.

Quando a relação entre Dívida Pública e PIB está muito alta, isso afasta os investidores (nacionais e estrangeiros), o que gera expectativas negativas para a economia. Como resultado, pode haver o aumento da inflação (com o governo emitindo moeda sem lastro, por exemplo), a diminuição do poder de compra e a desvalorização das empresas.

Selic

A taxa básica de juros da economia é definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária), órgão do Banco Central (Bacen), instituição responsável pela supervisão de todo o sistema financeiro nacional. A Selic é usada como uma variável na rentabilidade de títulos públicos e privados, assim como em diversas outras operações financeiras no Brasil. Além disso, ela é usada pelo governo como uma das principais ferramentas de controle da inflação.

A Selic impacta vários setores da nossa vida cotidiana, pois interfere nos investimentos, financiamentos e nos preços dos produtos e serviços. Se os preços sobem, a Selic sobe para tentar frear esse aumento.

Quando a inflação está alta, o governo eleva a Selic para pressionar o aumento das taxas de juros de financiamentos e empréstimos – tornando o crédito mais caro ao tomador, desacelerando a economia –, ao mesmo tempo em que aumenta as taxas de juros para a remuneração dos investimentos.

Já quando a inflação está abaixo da meta, o governo pode aumentar a Selic em uma estratégia econômica expansiva, tornando o crédito mais barato para incentivar a produção e o consumo. Contudo, a Selic mais baixa também significa menor remuneração dos juros dos investimentos.

IPCA

Atualmente, a inflação no Brasil é medida, principalmente, por dois índices: o IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, medido pelo IBGE; e o IGP-M, Índice Geral de Preços-Mercado, calculado pela FGV.

O IPCA é uma estimativa que abrange o custo de vida para uma parcela mais ampla da população, portanto, é considerado como a “inflação oficial do país”. Além disso, a rentabilidade de alguns títulos de renda fixa está atrelada ao IPCA.

Já o IGP-M é uma medida abrangente da variação de preços, englobando diversas etapas da cadeia produtiva. Esse índice costuma ser usado no reajuste dos aluguéis de imóveis e de algumas tarifas, como a conta de luz. É comum que o IGP-M esteja sempre um tanto acima do IPCA.

A inflação alta corrói o poder de compra da população, que passa a pagar mais por produtos e serviços. Nos investimentos, a inflação alta também corrompe o rendimento dos ativos, pois se, por exemplo, um título qualquer estiver pagando 8% ao ano, descontando uma inflação de 4,5%, mais imposto de renda, se for o caso, a rentabilidade real pode ser de menos da metade da taxa prometida.

Ibovespa

O Índice Ibovespa é o principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3, a Bolsa brasileira. Ele reúne as empresas mais importantes do mercado de capitais do país e é calculado em tempo real, todos os dias. Quando a imprensa divulga que a bolsa “subiu” ou “caiu”, na verdade, ela está se referindo ao índice Ibovespa.

Quando a bolsa sobe, isso é bom para a economia. Com a alta, os investidores esperam que as empresas tenham mais valorização e distribuam mais dividendos. Esse é um sinal de que a economia como vai bem. Já na baixa, quem tinha ações compradas pode ver seu patrimônio ser desvalorizado, causando perdas, se resgatados.

Agora que você já conhece todas essas informações sobre índices econômicos, que tal usá-los para escolher o seu próximo investimento?

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