Com certeza, alguma vez que você foi fazer compras no mercado ou numa loja e deve ter tido a sensação de que os preços estavam mais altos. Isso acontece por causa dos efeitos da inflação, que aumenta os preços de bens e serviços, provocando a diminuição do poder de compra da moeda.

A inflação pode ter várias causas, que geralmente se dão devido ao aumento da demanda por produtos e serviços, ou então por causa do aumento dos custos na cadeia produtiva, que incluem o preço de matérias-primas (com frequência relacionadas ao câmbio) e o preço dos combustíveis. É comum que o aumento de um fator gere uma reação em cadeia, que aumenta os preços em vários setores da economia. Por exemplo, se o preço dos combustíveis sobe – acompanhando o preço em dólar no mercado internacional –, esse valor será repassado para o preço de todos os produtos e serviços que necessitam de transporte em alguma das suas etapas de produção, ou seja, em quase tudo que consumimos no cotidiano.

Como consequência, a inflação tem efeitos negativos na economia devido ao cenário de incertezas. Ela desestimula os investimentos em novos negócios, o que desacelera o crescimento econômico. Os preços dos bens de consumo ficam distorcidos, e fica difícil que as pessoas e as empresas consigam avaliar se algo está caro ou barato.

Os efeitos da inflação afetam de forma mais pesada as camadas menos favorecidas da população, pois essas têm menos acesso à investimentos que garantam o seu poder de compra ao longo do tempo e gastam boa parte da renda com produtos básicos para a sobrevivência.

A inflação alta também aumenta o custo da dívida pública, pois as taxas de juros dos títulos públicos do governo precisam aumentar para compensar a inflação, além de incluir um adicional de risco para os investidores.

 

Como a inflação é calculada?

 

No Brasil, o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é responsável por calcular a inflação todos os meses, por meio IPCA e do INPC. Ambos os indicadores servem para medir a variação de preços de uma “cesta de produtos e serviços” consumida pela população, e o resultado mostra se a média de preços aumentou ou diminuiu de um mês para o outro. Essa cesta consiste em um grupo de bens ou serviços, como por exemplo, arroz, feijão, carne, hortifruti, gasolina, passagem de ônibus, médico, vestuário, etc. o IBGE também calcula qual é a porcentagem do rendimento familiar que é gasto em cada produto.

O INPC, Índice Nacional de Preços ao Consumidor, e o IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, servem ao mesmo propósito de medir uma cesta de produtos e serviços. Contudo, a diferença entre eles está na utilização do termo “Amplo”, pois o IPCA engloba uma parcela maior da população do que o INPC.

O IPCA aponta mensalmente a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários-mínimos – o que compreende boa parte da população brasileira. Já o INPC verifica a variação entre os grupos com renda familiar mensal entre 1 e 5 salários-mínimos – que são os grupos mais sensíveis à variação de preço, pois tendem a gastar todo o seu rendimento com itens básicos como alimentação, medicamentos, transporte, etc.

 

Por que só ouvimos falar do IPCA?

 

O Governo Federal utiliza o IPCA como o índice oficial da inflação no Brasil. Portanto, ele serve de referência para a meta de inflação do governo, e para as alterações nas taxas de juros em vários âmbitos de investimento e financiamento disponíveis no mercado.

 

Como o é o cálculo do IPCA?

 

O IBGE faz um levantamento mensal em 13 regiões urbanas do país, e calcula uma média de cerca de 430.000 preços, em 30.000 locais de comercialização. Todos os preços são comparados com os valores do mês anterior, resultando em único valor em porcentagem, que reflete a variação geral de preços de um mês para o outro.

Porém, a percepção da inflação pode ser completamente diferente de uma pessoa para a outra. Isso porque, os produtos e serviços que compõem a cesta analisada pelo IPCA pode não ser a mesma para todo mundo. Por exemplo: o custo de vida de uma família que mora na zona rural, não come carne e não tem filhos em idade escolar tende a ser bem menor do que a de uma família em zona urbana, que come carne, e tem filhos pequenos em escola particular. E ambos os casos podem ter uma percepção da inflação completamente diferente do IPCA oficial.

 

Qual é a relação da inflação com o meu dinheiro?

 

Entre os principais efeitos da inflação está como ela afeta o poder de compra do consumidor. Quando a inflação aumenta, a mesma quantidade de dinheiro, hoje, pode ser insuficiente para comprar o mesmo produto ou serviço que custava essa mesma quantia anteriormente.

Uma maneira de observar o poder de compra é por meio da comparação do salário entre um ano e outro. Se essa variação for menor que o IPCA, a pessoa perdeu poder de compra. Se ela for igual, o poder de compra é mantido, e se a pessoa recebeu um aumento acima do IPCA, o poder de compra aumentou.

 

Qual é a relação da inflação com meus investimentos?

 

Primeiro é preciso entender o conceito de “rentabilidade real”. Quando um investimento rende, por exemplo, 10% ao ano, esse valor é referente à “rentabilidade nominal”, ou seja, o retorno bruto do investimento, sem os descontos. Esses descontos são referentes às despesas com taxas e impostos da aplicação – que resultam na “rentabilidade líquida” –, mas para descobrir a rentabilidade real, também é necessário descontar a inflação no período.

Descontar o valor da inflação do resultado dos investimentos serve para conferir se ele foi capaz de preservar o poder de compra naquele período. Como parâmetro, uma aplicação deve ser capaz de ao menos preservar o poder de compra para ser considerada um bom lugar para deixar o seu dinheiro.

Por esse motivo, muitos tipos de aplicação utilizam o IPCA como um indexador ou benchmark (índice de referência) para a remuneração ao investidor. Os investimentos atrelados à inflação têm o objetivo de proteger o poder de compra do investidor, pois buscam pagar ao menos o equivalente à variação do IPCA do período. É comum encontrar Fundos de Investimento e aplicações de Renda Fixa atrelados ao IPCA. Nesses tipos de fundo, por exemplo, o objetivo costuma ser acompanhar de perto a inflação. Contudo, esses investimentos não podem ser classificados como de baixo risco, pois sofrem com a Marcação a Mercado, que é a atualização diária dos preços de mercado de títulos de Renda Fixa, que faz com que o preço de compra seja diferente do preço de venda em caso de retirada antes do vencimento, podendo oscilar para cima ou para baixo, o que aumenta o risco.

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