Falar sobre a história do cooperativismo é um passo essencial para compreender mais a fundo essa abordagem e os princípios que levaram à criação de um modelo inédito e transformador que valoriza, acima de tudo, o desenvolvimento coletivo, o alcance de maior bem-estar econômico e lucros que possam ser partilhados de maneira mais justa. 

Com um crescimento em forte expansão e cada vez mais protagonismo dentro do cenário econômico nacional. Continue a leitura e confira a seguir como o cooperativismo surgiu no Brasil, como está esse comportamento hoje, quais são as 7 categorias dessa estrutura e muito mais! 

 

Como o cooperativismo chegou ao Brasil? 

 

O cooperativismo chegou ao nosso país como proposta de Theodor Amstad, um padre suíço que trouxe em sua bagagem ideais que começavam a surgir na Europa, no contexto da Revolução Industrial. Ele chegou aqui ao lado do movimento imigratório, que ocorreu por volta do século XIX. 

Ao desembarcar no sul do Brasil, conheceu as comunidades rurais e se viu em meio a um cenário pouco próspero, onde produtores e agricultores faziam a venda de seus produtos a preços baixos e não possuíam acesso a manufaturados. Apesar disso, observou que, mesmo diante dessas limitações, os imigrantes traziam consigo uma perspectiva comunitária, originária de suas culturas e países de origem. 

Foi aí que Theodor visualizou uma oportunidade de compartilhar a semente dessa proposta e foi o responsável por fundar a Sicredi Pioneira, a primeira cooperativa de crédito do país, em 1902, localizada no interior do Rio Grande do Sul, mais precisamente em Nova Petrópolis. Esse projeto foi capaz de unir protestantes e católicos e os impulsionou no atravessamento das dificuldades da época, auxiliando no alcance de interesses comuns. 

 

História do cooperativismo no mundo 

 

No cenário da Revolução Industrial, pessoas eram obrigadas a exercer jornadas exaustivas de trabalho — que chegavam a 15 horas diárias — recebendo salários extremamente baixos. Diante disso, operários ingleses seguiram em busca de condições humanas de sobrevivência, idealizando formatos socioeconômicos que respeitassem e valorizassem a capacidade de solidariedade e espírito de equipe. 

O primeiro projeto foi composto por 28 pessoas que decidiram realizar a compra de maiores quantidades dos itens que necessitavam para ter um poder de negociação e valores mais justos. Com essa composição, visavam centralizar a importância das pessoas. O sucesso da proposta foi difundido por diversos outros locais, contando hoje com 3 milhões de instituições espalhadas pelos continentes e superando a marca de 1 bilhão de associados.

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E o cooperativismo de crédito, como surgiu? 

 

O cooperativismo de crédito surge como uma alternativa socioeconômica baseada no princípio de comando igualitário. Ao possibilitar que os associados sejam também donos da instituição, os resultados são partilhados, impulsionando de forma constante a busca por conquistas significativas. 

Essa visão se ancora ainda nos ideais de Friedrich Raiffeisen — um dos principais nomes do cooperativismo de crédito, que acreditava que a caminhada coletiva nos levaria mais longe do que a simples manutenção do individualismo. Foi com isso em mente que esse modelo foi aplicado às atividades rurais, inspirando grande parte das organizações no país e no mundo. 

 

Como é o cooperativismo no Brasil hoje? 

 

Além da geração de emprego e renda, esse modelo de negócio continua impactando positivamente a realidade de milhares de brasileiros. Segundo dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro, divulgados em 2022, houve um aumento de 10% com relação ao número de associados, comparados ao mesmo período de 2020. Ao todo, são mais de 18 milhões de pessoas diretamente conectadas com essas organizações. 

E mesmo diante de um contexto de instabilidade econômica, gerada pela crise sanitária que atingiu o mundo, o cooperativismo continuou contribuindo com um aumento de 8% no número de empregos, totalizando quase 500 mil colaboradores até o final de 2021. 

Confira mais sobre esses resultados em números: 

  • R$ 784,3 bilhões em ativos totais; 
  • 4.880 cooperativas; 
  • 49% de colaboradores são do gênero feminino; 
  • 18.887.168 de cooperados. 

A quantidade divulgada de ativos totais representa o conjunto de recursos e bens administrados e impacta na capacidade de geração de receitas direcionadas para a economia nacional. Com relação ao pagamento de benefícios e salários, foram R$ 18 bilhões repassados, sem contar com os R$ 17 bilhões relativos ao pagamento de taxações aplicadas pelo poder público. 

 

Quais foram os modelos ao longo da história do cooperativismo? 

 

Os diferentes modelos foram sendo moldados conforme as carências e necessidades vivenciadas, estimulando a criação de formas capazes de absorver as particularidades de cada demanda. Apesar disso, o princípio que os sustenta permanece sendo o mesmo: o de criação de uma estrutura com perspectivas coletivas que pudessem ser compartilhadas. Dentro disso, temos hoje 7 principais ramos: 

1. Crédito 

Compostas por instituições de caráter financeiro com decisão compartilhada e resultados igualmente divididos. Dentre os serviços prestados, temos consórcios, investimentos, conta corrente, seguros e mais. Aqui, as taxações são diferenciadas e de menor impacto, proporcionando perspectivas de lucros mais justas. 

Não deixe de conferir um glossário completo do cooperativismo de crédito e conheça os significados dos principais conceitos dessa organização! 

2. Saúde 

O Brasil apresenta os maiores índices de cooperativismo de saúde do mundo, visto que foi o país fundador dessa ramificação da proposta. Nela, temos uma composição de profissionais que têm como principais objetivos prestar o oferecimento de uma atuação de qualidade para pacientes, ofertando valores de menor custo. 

3. Agropecuário 

A cooperativa agropecuária surge como uma ampliação das transações relacionadas ao campo da produção rural. Tendo como associados os próprios agricultores, oferta uma negociação justa para a compra de materiais e insumos, dando um melhor direcionamento para os itens produzidos. 

4. Infraestrutura 

São disponibilizadas ações consideradas estruturais para o desenvolvimento em sociedade, como as relacionadas à geração e distribuição de energia, saneamento básico, internet, irrigação, habitação e mais. 

5. Transporte 

Ocorre a oferta de serviços relacionados à movimentação de cargas a transportes escolares, coletivos e individuais. Os associados detêm os veículos e constroem condições mais adequadas e possíveis à população. 

6. Consumo 

Atende às mais diversas categorias do mercado, entregando ofertas e opções de consumo com valores condizentes com a realidade dos associados, sem comprometer a excelência dos itens adquiridos. 

7. Trabalho, produção de bens e serviços 

Aqui, os cooperados atuam buscando condições de trabalhos justas, ampliando sua margem de lucro e assegurando a permanência de direitos. Então, na prática, possuem um negócio e integram parte desse capital, aplicando a manutenção de uma gestão especializada e autônoma.

 

Como o cooperativismo ajudou a sociedade brasileira? 

 

Essas instituições auxiliam no equilíbrio entre sociedade e direcionamentos econômicos. E cooperativas de crédito, como o Sicredi, são constituídas de forma espontânea e democrática, se apoiando nas demandas por serviços financeiros dos cidadãos. 

As pessoas vinculadas têm como diferencial a oportunidade de opinarem e votarem para a definição de rumos e estratégias. Além disso, os resultados gerados retornam para seus associados, o que significa uma atuação ainda mais forte nas regiões onde estão localizadas. 

A história do cooperativismo faz hoje parte da economia colaborativa, que vem despontando enquanto uma das principais tendências econômicas do futuro. Ela sintetiza os valores de cidadania, solidariedade e autonomia, ao passo em que diminui números ligados à desigualdade, desperdício e consumismo, respeitando um ideal mais coletivo e respeitoso. 

Confira também como as cooperativas de crédito contribuem para a inclusão financeira e o crescimento econômico! 

 

O papel do Sicredi na construção da história do cooperativismo no Brasil 

 

Não há como separarmos a história do cooperativismo de crédito no Brasil e a própria trajetória do Sicredi, afinal, a primeira cooperativa inaugurada no país foi a Sicredi Pioneira. Desde então, seguimos construindo uma sociedade mais próspera não só para nossos associados, mas para toda sociedade. 

Diferente dos bancos convencionais, aqui nossos associados são donos do negócio e podem participar das assembleias e tomar decisões importantes para definir os próximos passos. Além disso, oferecemos soluções adequadas ao perfil de cada um e prezamos por um atendimento próximo, seja no meio físico ou digital.  

Ou seja, você passa a fazer parte de um círculo virtuoso, que tem como principal meta a conquista de maior bem-estar financeiro e protagonismo do seu próprio percurso! 

A contribuição social se reflete ainda no impacto de movimentação na economia local, impulsionando a criação de oportunidades de emprego e estimulando o aumento do poder de compra. Para nós, é uma honra estar há 120 anos fazendo parte do desenvolvimento de regiões e pessoas, transformando histórias e concretizando oportunidades para que você prospere com a gente. 

Abra sua conta, seja nosso associado e venha fazer parte dos próximos anos da nossa história. 

E para continuar por dentro desse e de outros temas relacionados ao agronegócio, cooperativismo, educação financeira e muito mais, acompanhe nosso blog

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