Montar uma reserva de emergência deve ser o primeiro passo para o investidor iniciante. Contudo, podem surgir dúvidas sobre onde colocar esse dinheiro para que ele esteja protegido, preserve o poder de compra e seja de fácil resgate.

Ao manter a sua reserva de emergência – assim como outros investimentos – em uma instituição financeira cooperativa, o associado passa a contar com diferenciais interessantes como, por exemplo, saber que os recursos ficam na sua região, contribuindo para o desenvolvimento local, e da possibilidade de participar da distribuição dos resultados da cooperativa.

Neste texto, vamos falar sobre quais são as melhores aplicações para a reserva de emergência para que você consiga fazer a melhor escolha para os seus objetivos.

 

O que é reserva de emergência?

 

Reserva de emergência é um dinheiro que você precisa ter investido, que seja reservado para arcar com gastos causados por possíveis situações inesperadas. Como por exemplo: você perder o emprego, o cano da cozinha estourar ou o carro precisar de conserto. Logo, não se trata de um dinheiro para você usar para trocar de carro, viajar ou consumir bens quando quiser. Na realidade, o valor da reserva de emergência é muito importante para que você sinta mais segurança caso venha a enfrentar alguma dificuldade. Imagine se algo acontece, você não tem dinheiro na hora e precisa se endividar rapidamente, podendo ter que pagar taxas muito altas e ficar preso em uma bola de neve de dívidas? A situação seria totalmente diferente com a reserva de emergência, e você poderia respirar mais aliviado. É para isso que ela serve.

Mas quanto dinheiro devo guardar para montar minha reserva e emergência?

Isso depende de cada pessoa, pois não há um valor exato. Os especialistas indicam que o ideal seria guardar de 6 a 12 meses referente ao custo de vida – e não ao salário. Ter o equivalente à soma das suas despesas (moradia, transporte, educação, saúde, alimentação, etc) durante um período é uma forma de poder continuar honrando seus compromissos financeiros, mesmo sem ter outra fonte de renda. Por exemplo, uma pessoa que ganha R$ 3.000, cujo custo de vida é de R$ 2.000 vai precisar de R$ 12.000 investidos para a reserva de 6 meses, e de R$ 24.000 investidos para um ano. Então, para outra pessoa com outro salário e custo de vida, o valor da reserva é completamente diferente.

Mas por que a reserva de emergência precisa ficar investida? Não posso simplesmente manter o valor em uma conta corrente?

Acontece que não vale a pena deixar esse dinheiro parado sem rentabilidade. Isso porque, quando não investido, o dinheiro vai perdendo poder de compra devido à inflação. Por exemplo, você deve saber muito bem que 100 reais há uns dez anos atrás comprava muito mais produtos no mercado do que 100 reais hoje. Esse é o efeito da inflação: a desvalorização da moeda ao longo do tempo.

Após você ter se esforçado e trabalhado duro para conseguir o seu dinheiro, a última coisa que você deseja é que ele perca valor para a inflação. Por isso, é necessário encontrar um lugar seguro para ele.

 

Onde investir minha reserva de emergência?

 

O ponto de partida para escolher onde deixar a reserva de emergência é sempre escolher aplicações de renda fixa com baixo risco. Por isso, é melhor manter distância da renda variável para esse propósito, pois o risco é mais alto. Na renda fixa, como o próprio nome indica, o valor da remuneração (rentabilidade) será calculado de acordo com uma porcentagem fixa da taxa de juros oferecida pela aplicação. Já na renda variável, esse percentual não é fixo, e varia de acordo com as oscilações do mercado. Então, por questão de segurança, a reserva de emergência deve ficar em uma aplicação de baixo risco, que geralmente oferece uma remuneração menor, porém é mais segura do que as aplicações em renda variável.

Outro requisito para a reserva de emergência é que a aplicação tenha liquidez diária, ou seja, o dinheiro poderá ser resgatado (sacado) no mesmo dia, ou no máximo em 1 dia útil. Como o dinheiro será usado para situações de emergência, não faz sentido colocá-lo em uma aplicação que só pode ser resgatada após o vencimento.

O terceiro ponto é considerar se a rentabilidade (juros) da aplicação escolhida contribui para preservar o poder de compra. Uma boa medida avaliar se a remuneração da aplicação tem essa característica é fazer a relação da taxa de juros oferecida com o indicador de inflação – o IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo – do momento, e verificar se após os descontos (Imposto de Renda, Taxa de administração de Fundos, etc) o percentual de ganhos ainda será maior que a inflação. Essa é a maneira de preservar o poder de compra.

Vale também ressaltar que o tipo de investimento para a reserva de emergência provavelmente terá uma rentabilidade mais baixa do que outras aplicações, devido à combinação de baixo risco e liquidez. Ou seja, ao ter os dois, o investidor abre mão de mais rentabilidade, porém, consegue manter o dinheiro em um lugar acessível e seguro.

De maneira geral, para montar sua reserva de emergência em uma instituição financeira cooperativa são indicados estes tipos de aplicação: RDCs de liquidez diária, alguns tipos de fundos de investimento e a poupança. Todos são elegíveis para a possível distribuição de resultados da cooperativa, ou seja, podem render um dinheiro a mais. A seguir, vamos falar sobre cada um deles.

 

RDC de liquidez diária

 

Uma das alternativas que temos nas cooperativas de crédito para fazer a reserva de emergência são os RDCs – Recibo de Depósito Cooperativo. Eles são os equivalentes ao CDB das outras instituições financeiras. Nessa modalidade de aplicação, você empresta seu dinheiro para a cooperativa de crédito e irá receber uma parte dos juros por esse empréstimo. Para o objetivo de reserva, o ideal é optar por RDCs de liquidez diária. Quando uma aplicação tem liquidez diária, isso significa que seu dinheiro estará disponível para retirada em até um dia útil, de segunda a sexta, em horário comercial, pois não é possível resgatar nos finais de semana e nem nos horários em que a instituição financeira estiver fechada.

Quanto à rentabilidade, negocie com a sua cooperativa um RDC que ofereça juros competitivos. Assim como os CDBs, os juros oferecidos pelos RDCs costumam ser vinculados ao CDI (Certificado de Depósito Bancário), a taxa que regula os empréstimos entre instituições financeiras. Essa taxa também regula o mercado de renda fixa. Todos os dias, o Cetip divulga a taxa DI, que é a média de todos os CDIs dos bancos no país. Como referência, essa taxa sempre acompanha de perto a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, definida pelo Banco Central.

No Sicredi, existem duas modalidades de juros oferecidos pelas RDCs: pré-fixados, e pós-fixados. No RDC pré-fixado, os juros são definidos no momento da compra, ou seja, a taxa prometida no início será exatamente a taxa paga no final, sendo possível calcular previamente o quanto irá receber. Já no pós-fixado, os juros são pagos de acordo com algum indicador – como o CDI – fazendo com que a remuneração não possa ser calculada com exatidão (apenas estimada), pois o valor pago será resultado da variação da taxa ao longo do tempo de aplicação – por exemplo, um RDC que pague 98% do CDI.  

Os custos para investir em RDC incluem o Imposto de Renda (IR) e IOF, Imposto sobre Operações Financeiras, que será cobrado apenas se houver o resgate antes de 30 dias. O IR é cobrado de acordo com tabela regressiva, ou seja, quanto maior o tempo de aplicação, menor será o percentual cobrado, confira a tabela:

Tempo de Investimento                               Alíquota de IR

Entre 0 e 180 dias                                           22,5%

Entre 181 e 360 dias                                      20%

Entre 361 e 720 dias                                      17,5%

Acima de 721 dias                                           15%

Nas instituições financeiras cooperativas, os RDCs têm a garantia do FGCoop, o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito, que cobre perdas de até R$ 250 mil reais em cada instituição financeira, por CPF/CNPJ. Como garantia adicional, aqui no Sicredi nossos associados ainda contam com o Sicredi Fundos Garantidores (SFG), que tem o propósito de contribuir para a credibilidade, o desenvolvimento e a solidez do Sistema.

Atenção: antes de realizar qualquer investimento, é imprescindível pesquisar sobre a saúde financeira da instituição. É preciso checar se ela é sólida e demonstra um bom histórico financeiro. Afinal, você precisa saber se ela estará apta a lhe devolver o dinheiro, caso precise usá-lo antes do vencimento.

 

Fundos de Investimento

 

Os fundos de investimento que podem ser usados para a reserva de emergência precisam de algumas características específicas. Novamente, são três fatores principais que norteiam a escolha: liquidez, risco e rentabilidade. A prioridade devem ser fundos com alta liquidez, baixo risco e boa rentabilidade. Logo, esses fundos possuem um perfil conservador.

Para a reserva de emergência, procure fundos de renda fixa que acompanhem a taxa DI, que possuam liquidez diária (D+0 ou D+1) e que normalmente rendem algo aproximado ao CDI. Esses fundos investem ao menos 80% do seu dinheiro em títulos de renda fixa, como os títulos públicos, por exemplo. O diferencial desta aplicação é a figura do gestor profissional que controla o fundo, ou seja, um especialista que escolhe os melhores investimentos para compor o patrimônio. Dessa forma, se você não deseja procurar por si mesmo quais aplicações investir, no fundo, seu dinheiro poderá estar em boas mãos.

Contudo, observe quais são os custos envolvidos nesse tipo de investimento. Para a maioria dos fundos de renda fixa, é comum a cobrança de IR (com tabela regressiva) e a cobrança da taxa de administração do fundo. Outras taxas como taxa de performance, taxa de entrada (ou carregamento) e taxa de saída são mais incidentes sobre fundos mais complexos, como os fundos multimercado, de ações e cambial. Em fundos conservadores que buscam acompanhar o CDI e possuem uma carteira em grande parte composta por Títulos Públicos, por exemplo, observe se a taxa de administração é inferior à taxa de custódia do Tesouro Direto, que é de 0,25% a.a.

Um outro ponto de atenção é que os Fundos de Investimento não possuem garantia de fundos garantidores. Portanto, é importante escolher instituições financeiras que possuam excelência comprovada na gestão de seus fundos de investimento. A Asset do Sicredi, por exemplo, possui a classificação “Forte” pela Fitch Ratings, uma agência de rating internacional com mais de 100 anos, que atesta a solidez da instituição. Somos um dos maiores sistemas cooperativos do país, com grande base de clientes e distribuição, o que garante uma boa escala de negócios, geração estável de receitas, liquidez e elevado número de depósitos.

 

Poupança

 

A poupança é conhecida como o investimento mais popular e mais conservador entre os brasileiros. Ela pode ser usada para a reserva de emergência, mas é preciso prestar atenção em alguns pontos.

As maiores vantagens da poupança em relação aos outros tipos de investimento citados é o fato de que ela é isenta de Imposto de Renda, e apresenta liquidez imediata, pois é possível usar dinheiro diretamente da conta poupança, ou realizar uma transferência no mesmo dia para a conta corrente. Porém, ela perde um pouco em rentabilidade. A remuneração da poupança é dada pela Taxa Referencial (TR), que muda em duas situações. De acordo com a regra, quando a Selic está acima de 8,50%, a poupança irá render “0,5% ao mês”; já quando a Selic estiver abaixo de 8,50%, a poupança renderá “70% da taxa Selic”. Isso significa, que quando a Selic está baixa, a remuneração dos juros da poupança cai proporcionalmente. Entretanto, por definição do Banco Central, quem tiver depósitos na poupança feitos antes do dia 30/05/2012, permanecerá recebendo 0,5% ao mês, o que é uma boa rentabilidade.

Como a reserva de emergência é um dinheiro destinado para situações imprevistas, a poupança oferece a praticidade de ter o dinheiro sempre à mão. Mas para não perder as oportunidades, pode ser interessante deixar a reserva entre mais de um tipo de investimento de baixo risco em renda fixa, e aproveitar as vantagens que todos oferecem em segurança, liquidez e rentabilidade.

Agora que você já conhece os investimentos mais adequados para a reserva de emergência, é só começar a investir! Conheça mais sobre os nossos Depósito a Prazo (RDC), Fundos de Investimento e Poupança.

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