Quais índices econômicos interferem diretamente no seu cotidiano?
Entenda o que são as principais siglas dos indexadores que afetam os preços de tudo que você consome
Se você já é familiarizado com o noticiário econômico, com certeza já se deparou com siglas como “IPCA”, “Taxa Selic”, “IGP-M”, entre outros. Esses são os indexadores, um termo usado para se referir à indicadores, ou índices, usados como base para a atualização monetária em diversos segmentos econômicos.
Confira neste artigo quais são os indexadores que mais influenciam nas suas contas:
IPCA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, é um indicador que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) calcula mensalmente para medir a variação da inflação, ou seja, o aumento dos preços para o consumidor. O IPCA é o medidor oficial da inflação no Brasil, e também um índice que compõe a rentabilidade de uma certa variedade de investimentos.
Todos os meses, o IBGE faz uma pesquisa de preços de uma “cesta” de produtos e serviços mais comumente consumidos pela população, como por exemplo, “arroz, feijão, carne, material escolar, mensalidade de escolas, passagem e ônibus, gasolina”, entre outros. O resultado mostra se, na média, o preço da cesta aumentou ou diminuiu de um mês para o outro. Essa variação é a inflação, ou o IPCA, que avalia a variação do custo de vida de famílias que ganham entre 1 e 40 salários-mínimos, o que abrange uma grande parcela da população, justificando o uso do termo “amplo”.
Quando o IPCA aumenta, isso afeta diretamente o poder de compra das pessoas, em especial dos segmentos mais desfavorecidos da população. Você deve notar, por exemplo, que há alguns nos “cem reais” compravam muito mais produtos do que hoje em dia. A inflação alta implica em preços mais caros, o que prejudica a qualidade de vida em geral e a saúde da economia, poque as empresas encontram mais dificuldades para manter preços e produzir.
IGP-M
Desde os anos 1940, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/ IBRE). Ele também é um indicador de preços que mede a inflação, porém a metodologia difere da do IBGE. O IGP-M é composto pela ponderação de outros 3 índices: Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), 60%; Índice de Preços ao Consumidor (IPC), 30%; e o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), 10%.
A função do IGP-M é diferente da do IPCA, pois apenas o IPC, que corresponde à 30%, representa os preços ao consumidor. O IGP-M tende a oscilar mais do que o IPCA, e seu valor é comparativamente mais alto. Isso porque ele também leva em conta aspectos de macroeconomia na sua composição.
O índice também é conhecido com a “inflação do aluguel” no Brasil, pois é muito utilizado como base para o cálculo do reajuste dos contratos de aluguel de imóveis residenciais e comerciais. Uma vez por ano, o dono do imóvel pode atualizar o valor do aluguel de acordo com a variação do IGP-M do ano anterior.
Selic
A Selic impacta vários setores da nossa vida, pois influi nos investimentos, nos financiamentos e nos preços de tudo que consumimos. Ela também é conhecida como a “taxa-mãe” da economia, porque influi em diversos indicadores do sistema financeiro. Por se tratar também de um mecanismo do Banco Central para a contenção da inflação, se os preços sobem, a Selic sobe junto para tentar frear o aumento dos preços. Quando em alta, esses dois indicadores também pressionam o aumento dos juros de financiamentos, empréstimos, títulos públicos e investimentos.
TR
A TR, ou Taxa Referencial, existe desde os anos 1990, e foi criada para servir como uma taxa de juros de referência na economia em um momento anterior ao Plano Real (de 1994), quando o Brasil enfrentava uma grande crise de inflação desde o final dos anos 1980. O objetivo dela era que a taxa básica de juros no mês vigente não refletisse a inflação do mês anterior. Neste tempo, a TR tinha uma função semelhante à da Taxa Selic hoje.
Nos dias atuais, a TR serve como um indicador para a atualização monetária de algumas aplicações, como por exemplo a poupança, algumas operações de crédito e certos contratos:
Poupança: a TR ainda é a taxa que regula a remuneração da caderneta de poupança. De acordo com a regra do Banco Central, quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a poupança passa a pagar 0,5%, mais a TR; e quando a Selic for igual ou menor do que 8,5% ao ano, a poupança passa a pagar 70% da Selic, mais a TR.
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS): pela regra, os depósitos do FGTS rendem 3%, mais a variação da TR.
Financiamento Imobiliário: a TR ainda serve para a atualização monetária do saldo devedor de diversos contratos de financiamento imobiliário. Além dos juros que a pessoa paga pelo empréstimo, o montante a ser desembolsado também é impactado, acompanhando a TR. Nem todos os contratos ainda mantém esse modelo, sendo comum encontrar financiamentos que utilizam outros indicadores para correção, como o INCC, IGP-M ou o próprio IPCA.
IOF
O Imposto sobre Operações Financeiras incide sobre operações de crédito, câmbio e seguros e sobre diversos tipos de investimentos, em especial os de renda fixa. É um imposto federal com o propósito de regular e supervisionar a economia. Na renda fixa, quando aplicado, o IOF pode ser cobrado caso o investidor retire o dinheiro antes de 30 dias, de acordo com as regras do título.
Dólar
A variação da taxa de câmbio é um fator estrutural que afeta os preços como uma reação em cadeia na economia brasileira. Isso porque o Dólar é usado como um parâmetro importante na economia mundial, visto que maior parte do comércio exterior é negociado nessa moeda. Ou seja, quase tudo que o Brasil compra do exterior, ou exporta, é negociado em dólar.
Quando o Dólar sobe, isso contribui para o aumento no preço para o consumidor de diversos produtos que são importados, assim como de produtos nacionais que utilizam insumos importados de outros países. Um efeito muito notável da alta do dólar é nos combustíveis, que passam a ficar mais caros em território nacional, e esses valores são repassados para toda a cadeia de distribuição e logística da produção no país, que necessita, principalmente, do transporte rodoviário. Por outro lado, as empresas nacionais que exportam sua produção podem se beneficiar na venda dos seus produtos, que passam a valer mais em real por causa do aumento no câmbio. Contudo, quando o dólar está alto, as empresas brasileiras podem ter mais dificuldades de comprar maquinário ou insumos do exterior, ou de realizar investimentos.
Já quando o dólar está baixo, o efeito é inverso. Os preços dos importados caem e fica mais barato trazer insumos e maquinário do exterior. Apesar desse lado positivo, isso também tem um efeito nocivo por causa da concorrência dos produtos importados no mercado nacional, o que pode levar ao fechamento de fábricas e empresas locais que não conseguem competir, aumentando o desemprego no setor.
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