De uma forma ou de outra, muitas mulheres sempre estiveram presentes no campo. A questão é que, muitas vezes, não tinham a visibilidade da linha de frente, ocupando espaços em funções administrativas ou atividades de bastidores, por exemplo. Mas, com o passar dos anos, a presença feminina no setor agro vem ganhando cada vez mais protagonismo. As mulheres passaram a assumir papéis em diferentes funções da indústria agrícola e pecuária, contribuindo para a evolução do agronegócio brasileiro.

O setor está em constante transformação. Se antes era conhecido pela baixa presença feminina no campo, hoje é possível enxergar um novo cenário, mais otimista e promissor. De acordo com um levantamento feito pelo CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), entre os anos de 2004 e 2015, ocorreu um aumento de 8,3% na presença feminina no campo, chegando a 28% do total de trabalhadoras do agro.

As mulheres estão ocupando cargos relacionados ao negócio, mercado, gestão e tecnologia e assumindo a liderança em muitas áreas. Dados apresentados pela Fundação Getúlio Vargas revelam que as mulheres respondem atualmente por 34% dos cargos de liderança em fazendas.

 

Lideranças femininas e o agronegócio

 

As mulheres estão ganhando mais visibilidade no segmento agropecuário e começam a protagonizar no setor assumindo um importante papel na tomada de decisões da fazenda.

Embora ainda encontrem discriminação e preconceito, elas encaram o desafio e buscam superar os obstáculos. Por se tratar de um setor muito próspero, muitas mulheres enxergaram nele um potencial para construir e consolidar carreiras.

Para acompanhar essa evolução, elas passaram a adquirir mais conhecimento, buscar mais capacitação e estudar o negócio e investir no mercado. O aprendizado contínuo faz com que a mulher ganhe mais relevância no setor.

Elas se destacam por possuir um perfil mais compreensivo e colaborativo, o que pode contribuir para o desenvolvimento constante do negócio. Agora assumem o papel de protagonistas e transformam a realidade do campo, conduzindo a propriedade com êxito e consolidando a sua posição de destaque no agronegócio.

A mulher do agro é uma líder nata e tem características que contribuem com a sua gestão, como por exemplo visão detalhista, atenção e organização. Uma pesquisa realizada pela ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), revela que elas ocupam cargos de liderança, possuem escolaridade alta - 60% têm curso superior completo e 88% se consideram independentes financeiramente.

 

Tecnologia

 

O campo está cada vez mais tecnológico. No mercado, há diferentes soluções que podem contribuir com o melhor desempenho do agronegócio. E nesse quesito, a mulher se destaca e se mostra mais tecnológica. De acordo com o estudo da ABAG, 55% acessam a internet todos os dias.

O agronegócio está se transformando, dentro e fora da porteira. De acordo com levantamento feito pelo hub AgTech Garage, maior hub de inovação do agro na América Latina, as mulheres ocupam diferentes posições no ecossistema de inovação: 30% das entrevistadas estão envolvidas em projetos inovadores dentro das organizações em que trabalham, 18.8% atuam com a inovação diretamente nas propriedades rurais e 16% estão voltadas para as startups.

Por estarem em constante busca pela especialização, elas encontraram na tecnologia uma forma de se destacar no setor. As mulheres enxergam o potencial das inovações tecnológicas e as aplicam nos negócios, para assim obter os melhores resultados.

As produtoras rurais reconhecem a importância do uso da tecnologia para ter uma gestão cada vez mais eficiente e produtiva.

 

Orgulho, desigualdade e acesso a crédito

 

De acordo com a “Pesquisa sobre a participação feminina no agronegócio”, realizada pela Agroligadas, em parceria com a Corteva Agriscience, a ABAG e o Sicredi, 93% das brasileiras têm muito orgulho de trabalhar no campo ou na indústria agrícola.

Apesar da desigualdade de gênero ser percebida por 64% das entrevistadas, 79% afirma que o cenário atual é melhor do que 10 anos atrás, mas a conquista pela equidade de gênero é um trabalho que anda paralelo às lidas do campo.

Para 21% das entrevistadas, há otimismo e essa igualdade deverá chegar ao agronegócio em menos de 10 anos. Para que isso possa ocorrer, 90% dizem que é necessário dar visibilidade aos projetos de sucesso; aumentar a capacidade de treinamento e ter acesso ao crédito de forma igualitária, para que os investimentos em maquinários, processos e capacitação de profissionais possam seguir na mesma proporção que a dos homens.

Um ponto que chama a atenção é que 54% das mulheres acreditam que ganham menos que os homens, ainda que a desigualdade de gênero tenha diminuído na opinião das entrevistadas.

O acesso a financiamento é mais um gargalo. Do ponto de vista de igualdade de confiança do setor financeiro para aquisição de linhas de crédito, apesar de 49% das mulheres dizerem ter as mesmas facilidades, ? ainda afirma ter menos acesso que os homens e 80% das mulheres buscam financiamento para empreender. “Para o Sicredi, estudos como este são importantes para mostrar o cenário atual desse segmento produtivo, que ganha cada vez mais espaço no agro brasileiro. Especificamente para o público feminino, o Sicredi lançou, em setembro de 2020, o “Comitê Mulher”, que tem o?objetivo de promover a equidade de gênero no cooperativismo de crédito e em todos os níveis de gestão das cooperativas, por meio de ações educativas que preparam as mulheres associadas para liderar, empreender e promover o?desenvolvimento do nosso modelo de negócio. Nossa busca também é por debates sobre projetos apoiados pelo Sicredi na comunidade local e incentivo para mais crédito voltado a empreendimentos liderados por mulheres", aponta Marilucia Dalfert, gerente de crédito rural do Sicredi.

A mulher possui um papel fundamental dentro do setor do agronegócio. Por isso é importante ressaltar que, mesmo com tantas barreiras, ela encontra uma forma de se destacar dentro do setor. Ela é peça fundamental para a evolução do agro brasileiro.

Para saber mais sobre o agronegócio, acompanhe o Blog do Sicredi.  

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