Nomes Populares:
Gurupiá, Espinheira-santa-falsa, Esponja,
Pau-amargoso, Pau-de-lagarto, Urupaê, Urupé
Nome Científico:
Celtis iguanaea
A Celtis iguanaea é uma planta nativa da América Tropical que pode crescer como arbusto ou como trepadeira. Ela ocorre em uma ampla faixa geográfica, desde o México até a Argentina, passando por várias regiões do Brasil. Essa espécie é encontrada em diferentes tipos de vegetação, como florestas tropicais, cerrado, caatinga e também em áreas de mata atlântica.
No Brasil, Celtis iguanaea está amplamente distribuída, ocorrendo nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. É uma planta bastante adaptável, encontrada em bordas de florestas, áreas de cerrado e caatinga, margens de rios e também em locais abertos ou degradados. Embora prefira solos bem drenados, consegue crescer em diferentes tipos de solo, mostrando grande flexibilidade às condições do ambiente.
Dependendo do suporte disponível, essa planta pode crescer como um arbusto de pequeno porte ou se desenvolver como uma trepadeira que alcança até 10 metros de comprimento. Suas folhas são simples, alternadas, com formato entre elíptico e lanceolado, bordas serrilhadas e coloração verde brilhante na parte superior e mais clara na inferior. As flores, pequenas e discretas, variam entre tons esverdeados e amarelados, surgindo em cachos que nascem nas axilas das folhas. Já os frutos são drupas pequenas, que ficam alaranjadas ou vermelhas quando maduras; são comestíveis, embora tenham sabor amargo.
Apesar de não haver muitos dados específicos sobre o tempo de vida da Gurupiá, sabe-se que outras espécies do mesmo gênero podem viver entre 50 e 100 anos.
Por ter uma estrutura arbustiva e ramos bastante flexíveis, sua madeira não costuma ser usada em construções ou aplicações comerciais. Leve, de baixa densidade e coloração clara, ela pode ser aproveitada localmente para a fabricação de pequenos utensílios ou como lenha, especialmente em comunidades que fazem uso tradicional da vegetação nativa.
Presente em diversos ecossistemas tropicais, essa planta contribui significativamente para o equilíbrio ambiental. Seus frutos alimentam aves e pequenos mamíferos, que também ajudam na dispersão das sementes. A capacidade de se desenvolver em solos pobres e degradados faz dela uma importante pioneira em processos de sucessão ecológica, auxiliando na regeneração de florestas e na recuperação de áreas desmatadas. Além disso, sua folhagem densa cria abrigo e micro-habitats para insetos e pequenos animais, favorecendo a biodiversidade local.
Embora não seja amplamente explorada comercialmente, essa planta possui valor moderado, principalmente pelo uso na medicina popular e pela sua aplicabilidade em práticas de restauração ecológica. Em sistemas agroflorestais e projetos de recuperação ambiental, seu manejo pode contribuir para melhorar a qualidade do solo e reestabelecer a cobertura vegetal em áreas degradadas, reforçando seu papel como recurso útil em iniciativas sustentáveis.
Mesmo não sendo considerada uma espécie ameaçada, a preservação dos ambientes naturais onde ocorre é essencial para manter as funções ecológicas que desempenha. É bastante valorizada em projetos de recuperação de áreas degradadas e em sistemas agroflorestais, onde seu manejo contribui para melhorar a qualidade do solo e promover a biodiversidade. O uso sustentável da planta, tanto na medicina popular quanto em práticas de restauração ambiental, deve ser incentivado para garantir que suas populações continuem disponíveis para as gerações futuras.